Talvez uma das coisas mais notáveis no grupo de pixadores que tivemos contato seja a semelhança de estilos. Obviamente, levando em conta que fomos a uma roda de rap encontrá-los, seria de se esperar que eles compartilhassem desse gosto musical.
O que é interessante ver é como a cultura do hip hop se alinha ao modo de vida desses indíviduos, e como ela se relaciona com a pixação. Surgida na década de 70, a subcultura do Hip Hop nasceu nas comunidades de latino americanos, afro-americanos e jamaicanos em Nova York. E um dos elementos que ganha força e se une ao Hip Hop é o graffiti.
Aqui vale ressaltar que apenas no Brasil há a diferenciação entre pixação e graffiti. A pixação, na sua origem, seria um tipo de graffiti identificado como "tag", que na tradução literal do inglês significa etiqueta.
O tag é bastante usado pelas pessoas que se identificam com a cultura hip hop como uma forma de ocupação da rua, local de surgimento dessa cultura. No Brasil, a diferenciação acabou por colocar na marginalidade o tag, que justamente por isso passa a ser cada vez mais admirado como forma de protesto.
Essa ideia é vista até hoje, e a vimos nos depoimentos que coletamos dos pixadores da Roda de Rap do Méier. Do South Bronx até o Méier, a cultura Hip Hop de manteve viva como uma reação, uma expressão. A forma dos seus membros, que historicamente fazem parte das periferias e minorias das grandes metrópoles, dizerem a cidade que existem, e que resistem.