17.5.14

Quarto encontro

por Thiago Antunes

A última semana foi um pouco desesperado, admito. Pensamos em entrevistar outros pixadores, mas acreditamos que para o vídeo fazer sentido e ter uma ‘liga’ era necessário que um dos que nos deu entrevista no primeiro dia estivesse presente. A nossa preferência era pelo Nato, pois ele consegue falar melhor em frente a câmera, explicando as questões intrínsecas à eles. Nato entrou em contato comigo no começo desta semana e disse que estaria na roda e traria novidades. Fiquei muito animado, combinei com a Brunna e com o Danilo e fomos na Roda Cultural. Foi ótimo. Conseguimos finalizar a gravação, pegando alguns detalhes que ainda estávamos sentindo falta. Agora iremos trabalhar na edição.

8.5.14

Adrenalina na lata e tinta no sangue

Uma das características mais ressaltadas pelos pixadores que tivemos contato é adrenalina de pixar. Todos eles nos relataram ser uma atividade viciante.

Entre eles as histórias sobre cada pixação são comuns. Dos lugares onde foram, no alto de prédios, vigas de viaduto, becos de favelas, e também das consequências, correr da polícia, de pessoas que não acham interessante ter seus muros e paredes riscados por eles. Mas, como uma famosa frase desse meio diz: "pixo é risco".

E é por risco que eles se sentem estimulados a continuar pixando, nos lugares mais diferentes e perigoso. Para eles, quanto mais difícil for a tela para riscarem, mais gratificante é. 

Percebemos aí que a pixação transcende apenas o fato de gravar sua assinatura com tinta em um muro. É quase um esporte para ele, e um esporte radical. Uma frase dita por um dos entrevistados resume bem a relação subjetiva e emocional que eles nutrem com a pixação: "Tem gente que bebe, tem gente que fuma, eu pixo".

1.5.14

Terceiro dia: furo

Por Thiago Antunes

Na última quarta, voltamos à roda, por termos conseguimos contato com o Nato, nosso principal entrevistado. Apesar de ele ter marcado com a gente, ele não pode aparecer. Assim que chegamos, esperamos um tempo e ligamos para ele. Nato disse estar com a esposa doente e ficou com ela no hospital. Entendemos o ocorrido e aproveitamos para mais uma vez observar um pouco a roda. Vimos outros pixadores no local, mas preferimos continuar com o mesmo grupo do início. Percebemos que eles eram adeptos da prática por estarem ‘marcando presença’ em um caderno, onde todos deixam a sua pixação.